Luciene Loureiro, 34 anos, conseguiu sair da boate que incendiou.
Mãe da sobrevivente está aliviada pela filha e lamenta mortes de jovens.
Em Ananindeua, na região metropolitana de Belém, a mãe de uma jovem que estava na boate que pegou fogo no Rio Grande do Sul, onde 231 jovens morreram, falou do alívio de saber que a filha sobreviveu à tragédia. As duas nasceram no Maranhão e vieram para o Pará em 1998. A filha, Luciene, foi morar em Santa Maria há 3 anos.
Ainda de madrugada de domingo (27), Nilza recebeu a ligação da filha que estava muito nervosa. Luciene Louzeiro, de 34 anos, foi uma das sobreviventes do incêndio que atingiu a boate Kiss, em Santa Maria.
“Ela me ligou às 5h30, gritando, chorando com o que tinha acontecido. Mas ela conseguiu se salvar, ela já estava lá fora da boate”, conta a mãe da sobrevivente. Nilza mora emAnanindeua e sente por estar longe de Luciene.
Ela relata ainda que tiveram dificuldades para sair por alguns seguranças da boate. “Inicialmente alguns seguranças não deixaram. Ficaram na porta, abrindo os braços. Que não era pra ninguém sair dali, que tinha que pagar a comanda de consumo. Daí a gente falou: ‘Ta tendo fogo! Ta tendo fogo’, até que ele viu mesmo a fumaça vindo, foi que liberou. Mas ele ficou por alguns segundos ali tentando barrara a saída”, relata a sobrevivente.A jovem conta que o fogo se alastrou rapidamente. “Um dos caras da banda pegou o extintor de incêndio para tentar pagar o fogo, mas não funcionou... Ele tentou várias vezes mas não funcionava. Foi aumentando o fogo rapidamente. Aquela fumaça preta, ficou tudo escuro rapidamente. Daí eles saíram do palco. Todo mundo correndo, tentando sair, tinha umas mil pessoas lá”, conta Luciene.
Para a mãe da jovem, que por pouco não perdeu a filha, fica uma mistura de sentimentos. “Chorei e ao mesmo tempo agradeci a Deus porque ela estava salva, mas ela também perdeu amigos lá dentro. A gente fica muito triste por isso”, afirma Nilza.
Incêndio
O incêndio começou por volta das 2h30 de domingo, durante a apresentação da banda Gurizada Fandangueira, que utilizou sinalizadores para uma espécie de show pirotécnico. Segundo relatos de testemunhas, faíscas de um equipamento conhecido como "sputnik" atingiram a espuma do isolamento acústico, no teto da boate, dando início ao fogo, que se espalhou pelo estabelecimento em poucos minutos.
O incêndio começou por volta das 2h30 de domingo, durante a apresentação da banda Gurizada Fandangueira, que utilizou sinalizadores para uma espécie de show pirotécnico. Segundo relatos de testemunhas, faíscas de um equipamento conhecido como "sputnik" atingiram a espuma do isolamento acústico, no teto da boate, dando início ao fogo, que se espalhou pelo estabelecimento em poucos minutos.
O incêndio provocou pânico e muitas pessoas não conseguiram acessar a saída de emergência. A festa "Agromerados" reunia estudantes da Universidade Federal de Santa Maria, dos cursos de pedagogia, agronomia, medicina veterinária, zootecnia e dois cursos técnicos.
Pelo menos 101 das vítimas identificadas eram estudantes da Universidade Federal de Santa Maria, segundo informou a instituição em sua página na internet.
O comandante do Corpo de Bombeiros da região central do Rio Grande do Sul, tenente-coronel Moisés da Silva Fuch, disse que o alvará de funcionamento da boate estava vencido desde agosto do ano passado.
"Fatalidade"
Por meio dos seus advogados, a boate Kiss se pronunciou sobre a tragédia. A direção do estabelecimento classificou o ocorrido como uma "fatalidade", afirmou que a empresa está em "situação regular" e à disposição das autoridades. A nota foi emitida pelo grupo de advogados associados Kümmel & Kümmel, que representa os proprietários da boate.
Por meio dos seus advogados, a boate Kiss se pronunciou sobre a tragédia. A direção do estabelecimento classificou o ocorrido como uma "fatalidade", afirmou que a empresa está em "situação regular" e à disposição das autoridades. A nota foi emitida pelo grupo de advogados associados Kümmel & Kümmel, que representa os proprietários da boate.
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